Relatório da Thomson Reuters mostra cansaço com excesso de informações

A Thomson Reuters divulgou a versão 2022 de seu #digitalnewsreport, mostrando como a população mundial consome notícia, escreveu no Linkedin o jornalista Bruno Aires.

O relatório destaca que há um cansaço generalizado com o excesso de informações e registra que a imprensa no mundo anda perdendo a credibilidade que vinha angariando com a cobertura da crise da Covid-19.

Selecionei alguns pontos do relatório, com base no texto escrito por Rodrigo Carro, jornalista financeiro e ex-bolsista do Reuters Institute Journalist.

Concentração na propriedade

A propriedade da mídia continua altamente concentrada no que é o maior mercado da América do Sul. Grandes conglomerados dominam o mercado de transmissão e impressão, mas enfrentam maior concorrência online e nas mídias sociais.

Exaustão de notícias

O hábito de evitar notícias atingiu um novo recorde no Brasil, com mais da metade dos entrevistados (54%) dizendo que muitas vezes ou às vezes fazem uma pausa nas notícias. Esta é a terceira maior proporção de todos os mercados pesquisados. Essa forte tendência de alta – a evasão de notícias foi de 34% em 2019 – parece refletir uma espécie de “fadiga de más notícias”.

Nas redes sociais

Quase dois terços dos brasileiros (64%) agora recebem suas notícias das redes sociais toda semana usando uma ampla variedade de redes. O próprio Facebook vem perdendo terreno e foi ultrapassado pelo YouTube como a rede social mais popular para o consumo de notícias.

Também houve um forte aumento no uso de redes visuais mais recentes, como Instagram (35%) e TikTok (12%) para notícias, enquanto os aplicativos de mensagens WhatsApp (41%) e Telegram (9%) continuam sendo formas importantes de discutir e compartilhar notícias.

TV domina ainda, mas cai

A TV continua dominante em termos de gastos com mídia no Brasil, mas está perdendo espaço para a mídia online. A participação da televisão aberta no dinheiro publicitário caiu de 51,9% para 45,4%, de acordo com os dados levantados pelo Cenp-Meios de 2020 e 2021, respectivamente.

Jornais perdem. Digitalização avança

A circulação média diária paga dos dez jornais mais vendidos totalizou 1,51 milhão de exemplares no ano passado, uma queda de quase 3,5% desde 2020. Mas a digitalização avança rapidamente. Nos dois primeiros meses de 2021, as assinaturas digitais, que incluem PDF e acesso ao site, representaram 59% da circulação dos dez jornais mais vendidos do Brasil; ao final do ano, esse número era de 67%.3

Opinião sim. Também.

Enquanto em outros países há uma percepção de que os jornalistas devem se limitar a reportar as notícias ao usar as mídias sociais, a maioria das pessoas no Brasil (60%) acha que esses profissionais devem ser capazes de expressar opiniões pessoais, bem como relatar as notícias.

Notícias no celular

O público da mídia tradicional, como TV e mídia impressa, diminuiu significativamente na última década, enquanto o tráfego para sites de mídia online e social permaneceu relativamente estável. O uso de smartphones para notícias aumentou rapidamente com o Brasil agora tendo mais celulares do que pessoas.

Leia o artigo de Rodrigo Carro na íntegra
https://reutersinstitute.politics.ox.ac.uk/digital-news-report/2022/brazil